Quando o assunto é a igreja e a figura usada é
o corpo de Cristo, pode-se falar de diagnósticos e prognósticos para discernir
as necessidades básicas do povo de Deus.
Como diagnóstico pode se dizer: A igreja de
Cristo está crescendo em todo o mundo de forma visível e incontestável. Aqui e
acolá, as notícias de que o corpo de Cristo está em pleno desenvolvimento e
crescimento são uma realidade. Dados comprovam esse fato, porém, no mundo
cientifico, quando se trata de crescimento orgânico, existem dados que
demonstram as consequências que um processo de desenvolvimento sem
acompanhamento acarreta. No campo biológico, pode ser visto que todo
crescimento sem um balanceamento orgânico é gerador de deficiências e
deformidades irreversíveis. Com a igreja não é diferente, pois ela é organismo
vivo antes de ser uma instituição organizada. É um organismo latente, composta
de pessoas crescendo em plenitude e graça até a estatura de varão perfeito.
Além de ser um organismo vivo, é também uma
instituição organizada. Esse fato exige que pessoas estejam gerenciando,
administrando toda circunstancia que envolve esse crescimento visível e
latente. Se por um lado existem dados que demonstram o crescimento da igreja,
outros demonstram que existem muitas igrejas morrendo ou definhando por falta
de uma liderança que coordene com êxito as várias situações de enfermidades que
acontecem na igreja, como corpo de Cristo.
Provocando enfermidades
Enfermidades acontecem porque existem pessoas
que antecipam, por conta própria, a efetivação de líderes. Pessoas adotam
critérios de escolha sem ouvir a voz de Deus ou até mesmo fingindo não ouvir.
Dessa forma, acontece o estabelecimento de pessoas que aos olhos de Deus
deveriam esperar um pouco mais para assumir tamanha responsabilidade, exemplos:
Pessoas imaturas são colocadas em posição que exige certo grau de maturidade.
Pessoas que ocupam algum tipo de grau elevado na sociedade são colocadas em
lugar que exige extrema humildade. Pessoas que ainda não conseguiram se
encontrar são colocadas onde precisam ajudar outros a se encontrarem.
Outro fator que provoca a “morte” de uma
instituição eclesiástica é o fato de que líderes estão atuando com sobrecarga
muito além de suas capacidades, isso pode ocorrer por incapacidade do líder ou
pelo fato de que o crescimento natural e explosivo da igreja faz com que
pessoas muito bem intencionadas e vocacionadas assumam a posição de líderes
para não interromper o processo de crescimento, porém, precisam de
acompanhamento para a sua formação, caso contrário, em um determinado momento
acontecerá uma “falência múltipla dos órgãos”.
Enfim, esse quadro mostra um diagnóstico
desfavorável para um crescimento sadio em diversas partes do “corpo de Cristo”.
Feridas começam a se espalhar e ferir outras partes do “corpo”. Que o corpo de
Cristo, como igreja, está crescendo é inevitável e cresce para a glória de
Deus, entretanto é preciso estar muito atento para aquilo que está sendo
realizado no que depende da participação humana, pois as portas do inferno não
prevalecerão sobre a igreja de Cristo. “Também eu digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela”. (Mt 16:18).
Apesar dessas palavras, de Jesus, existe uma
grande parte do corpo que está enferma porque não está sendo cuidada por
pessoas que foram devidamente preparadas. Pode até não existir dúvidas de que
são pessoas vocacionadas e chamadas por Deus para o privilégio de liderar, mas
não é o momento exato para a liberação. Quando essa antecipação acontece, a
igreja parece perder força, e imediatamente os líderes que estão em “plena
atividade” devem perguntar a Deus e a si mesmos: O que acontece? Falta preparo?
Falta treinamento? Falta vergonha?
A partir desse diagnóstico, somente um caminho
pode ser trilhado, somente um procedimento pode ser favorável e este é: cada
parte do “corpo de Cristo” (Igrejas locais e denominacionais) deve adotar um
programa efetivo para seleção, treinamento, envio e manutenção de líderes e
tornar esse propósito uma prioridade para o sustento do crescimento orgânico e
estrutural da igreja, porque do espiritual Deus está cuidando e muito bem. “Louvando
a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,
acrescentava-lhes o senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. (At 2:47)
Um remédio providencial
O primeiro prognóstico diz respeito a medidas
que devem ser de caráter urgente tais como o entendimento da necessidade de
treinar e manter líderes de forma sistemática e formal para evitar certo
desequilíbrio e desconforto para o crescimento da igreja, e se houver resistência de flexibilizar e optar por um
programa de seleção, treinamento e manutenção de líderes, Deus precisará levantar pessoas ou usar de
qualquer outra forma para que a igreja não seja
envergonhada por conta do relaxo humano. “Maldito aquele que fizer a obra do senhor relaxadamente! Maldito
aquele que retém a sua espada do sangue!” (Jr 48:10)
Outro prognóstico é: havendo consenso e
honestidade na forma de selecionar, formar e manter líderes, com certeza a
igreja de Cristo será agente transformador na sociedade, no contexto em que
está inserida, e experimentará um crescimento jamais visto na história, pois a
criação está gemendo pela redenção e Deus tem pressa em receber os seus na
medida que acrescenta dia a dia à sua igreja.
O desejo de Deus é que líderes bem formados e
treinados possam pastorear um rebanho faminto e sedento por águas límpidas, e
aqueles que fazem parte do “corpo de Cristo” precisam ter consciência de que
qualquer tipo de líder, secular ou religioso, deve ser muito bem treinado antes
de exercer a liderança que a ele está sendo designada. O certo é que muitos
prognósticos podem ser estabelecidos a partir de um diagnóstico.
Assim um prognóstico favorável é: priorizem
programas honestos de seleção, treinamento e manutenção para líderes em
atividade na igreja. E um prognóstico desfavorável é: mantenham-se estáticos e
inflexíveis quanto ao processo de crescimento da igreja e com certeza as portas
do inferno não prevaleceram contra ela somente porque Deus ainda conta com 7000
que não dobraram os joelhos. Caso contrário terá de lançar mão de mulas para
orientarem o seu rebanho.
O objetivo é: alcançar níveis de formação
teórica, prática e espiritual que possibilitem a execução da missão que Deus
designou à igreja. Executar a missão da igreja com dignidade, inteligência,
discernimento espiritual e destreza por parte daqueles que são levantados para
liderar um povo de propriedade exclusiva de Deus é essencial para que o nome de
Deus seja glorificado por toda a terra.
AUTOR: Trajano
Maciel de Oliveira Filho