quarta-feira, 27 de junho de 2012

"UM EXÉRCITO DE SERVOS!"


Ao longo da minha experiência ministerial tenho visto Deus usar pessoas diferentes que, de uma maneira diferente, manifestam a sua glória e seu poder.

Em Josué 06 vemos um exército cujas armas eram 07 trombetas diante da arca da aliança, e a estratégia foi dar sete voltas sobre as muralhas e diante delas gritarem e tocarem as trombetas. Em Juízes 07 vemos Gideão dispensar vários homens e com apenas trezentos, vasos e tochas afugentarem um grande exército dos midianitas e amalequitas. Em 2º  Crônicas 20 vemos o rei Josafá e um exército formado por adoradores diante de um inimigo numeroso e poderoso.

O que isto tem a ver com nossos dias? O que Deus quer da sua igreja hoje? Creio que, como nunca, somos desafiados a formar um exército de servos e servas do Senhor. 

Fazendo um paralelo entre 1º Pedro 04 v. 10 e João 13 v. 01-20 vejamos com quais armas este exército diferente deve lutar:

Tem como arma de ataque uma bacia

Jesus nos ensinou como fazer. O treinamento do nosso exército já foi demonstrado. Em meio aos nossos muitos desafios, precisamos sempre lembrar do exemplo do Mestre. 

No texto acima Pedro nos exorta a "servir uns aos outros". Jesus já nos mostrou como fazer. Era a festa da Páscoa, a mesa estava posta, os discípulos reunidos. Ao lado havia uma bacia, um jarro com água. Ninguém havia se disposto a fazer o trabalho do servo. A impressão que tenho é que eles conversavam sobre tudo e todos, mas a bacia e a água continuavam ao lado. 

Por mais de uma vez entre eles havia a discussão sobre quem seria o maior. Muitas vezes somos assim, sabemos o que devemos fazer e fazemos de conta que não é conosco. É como se víssemos a bacia e a água esperando para serem usadas, mas disfarçamos. 

Muitas vezes as pessoas estão tão longe das igrejas e de Deus porque nos achamos superiores e não as servimos. O que fazemos ou deixamos de fazer fala muito mais alto do que nossas palavras. 

Não é fácil lavar os pés dos outros. Não é fácil servir. Mas o próprio Jesus nos ensinou que devemos ser como ele: "Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10 v. 45). 

"Cada um" exerça o dom que recebeu. Esta expressão inclui todos nós - membros, líderes e pastores. Em Cristo todos temos acesso ao Pai, mas em Cristo e com o modelo de Cristo, todos somos capacitados para servir. 

Tem como arma de defesa uma toalha

Que diferença faremos quando tomarmos posição como um exército, todos de posse desta arma potente, uma bacia. Mas temos ainda uma nova arma, a toalha. Você já imaginou? 

Quando você perceber zombaria do colega de trabalho ou até de ministério, você rapidamente estará com uma bacia ao lado e uma toalha pronta para aquecer e massagear seus pés perguntando: “o que devo fazer por ele, como posso abençoá-lo?”

A questão central aqui é como podemos manifestar as muitas formas de Deus sobre as vidas das pessoas. Como a graça salvadora de Jesus irá se manifestar nas vidas das pessoas através da minha e da sua vida. Assim, todos nós, cada um com o dom que recebeu poderá, no poder do Espírito Santo, ser uma benção para o próximo.

Podemos ser uma benção para os de fora, mostrando que pela lavagem do sangue de Jesus serão purificados para sempre. Podemos ser uma benção para os de dentro, ajudando-os a lavarem os pés. 

Alguns podem dizer como Pedro (eu não, Senhor). Precisamos ajudá-los a entender que todos precisam manter uma vida de santidade. Todos os que já foram lavados (justificados), agora precisam tirar as sujeiras de cada dia. Nosso papel é servi-los com alegria. 

Você pode até dizer que não é capaz. No entanto, Deus tem uma despensa cheia de dons para nos ajudar. Não faremos na nossa força, mas na "força que Deus supre" (1º Pedro 04 v. 11).

Tem como base de operação a cruz  

Para que este exército possa cumprir sua missão, tendo como armas uma bacia e uma toalha, é necessário que mantenhamos nossa posição. Todo bom exército tem uma boa base de operação, um Quartel-General. De lá saem as instruções, é lá que ficamos aguardando para agir.

A base de operação do exército de Cristo é a cruz do Calvário. É lá que nosso General cumpriu sua missão entre nós. É de lá que ouvimos sua doce voz dizendo para sermos como ele, para nos humilharmos, para tomarmos nossa própria cruz, negarmos a nós mesmos e segui-lo. Ele dizia a todos: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me".

Esta semana uma pessoa me procurou dizendo que no último ano, quando resolveu colocar sua vida e de sua família em ordem, nunca foi tão atacada e afrontada, chegando ao ponto de querer desistir. 

Bem, é nesses momentos que precisamos manter nossa posição, na cruz. Diante dos desafios, da crise, da escassez, da doença, da tristeza, jamais deixarmos nossa posição em Cristo, crucificados com ele e ressuscitados no poder do Espírito Santo todos os dias. 

Um exército atípico, um exército diferente de servos e servas é um exército crucificado. Quando estamos assim, Deus pode nos usar com muito poder. É quando somos fracos que nos tornamos fortes, é quando nada fazemos que Deus pode fazer tudo através de todos.

A glória de Deus e o exemplo de Jesus

Resumindo, para sermos um exército de servos precisamos de três características: Termos como arma de ataque uma bacia, como arma de defesa uma toalha e como base de operação a cruz do calvário. 

Parece complicado, mas Paulo nos deixa mais uma orientação em Filipenses 02 v. 05-11. O resultado será sempre a glória de Deus Pai. E há ainda um desafio nas palavras de Jesus em João 13 v. 15: "Porque eu vos dei o exemplo, para que como eu vos fiz, façais vós também".
 
AUTOR: Pedro Leal Júnior

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