sexta-feira, 29 de abril de 2016

"IGREJA: UM CORPO QUE PRECISA DE CUIDADOS!"


Quando o assunto é a igreja e a figura usada é o corpo de Cristo, pode-se falar de diagnósticos e prognósticos para discernir as necessidades básicas do povo de Deus.

Como diagnóstico pode se dizer: A igreja de Cristo está crescendo em todo o mundo de forma visível e incontestável. Aqui e acolá, as notícias de que o corpo de Cristo está em pleno desenvolvimento e crescimento são uma realidade. Dados comprovam esse fato, porém, no mundo cientifico, quando se trata de crescimento orgânico, existem dados que demonstram as consequências que um processo de desenvolvimento sem acompanhamento acarreta. No campo biológico, pode ser visto que todo crescimento sem um balanceamento orgânico é gerador de deficiências e deformidades irreversíveis. Com a igreja não é diferente, pois ela é organismo vivo antes de ser uma instituição organizada. É um organismo latente, composta de pessoas crescendo em plenitude e graça até a estatura de varão perfeito.

Além de ser um organismo vivo, é também uma instituição organizada. Esse fato exige que pessoas estejam gerenciando, administrando toda circunstancia que envolve esse crescimento visível e latente. Se por um lado existem dados que demonstram o crescimento da igreja, outros demonstram que existem muitas igrejas morrendo ou definhando por falta de uma liderança que coordene com êxito as várias situações de enfermidades que acontecem na igreja, como corpo de Cristo.

Provocando enfermidades

Enfermidades acontecem porque existem pessoas que antecipam, por conta própria, a efetivação de líderes. Pessoas adotam critérios de escolha sem ouvir a voz de Deus ou até mesmo fingindo não ouvir. Dessa forma, acontece o estabelecimento de pessoas que aos olhos de Deus deveriam esperar um pouco mais para assumir tamanha responsabilidade, exemplos: Pessoas imaturas são colocadas em posição que exige certo grau de maturidade. Pessoas que ocupam algum tipo de grau elevado na sociedade são colocadas em lugar que exige extrema humildade. Pessoas que ainda não conseguiram se encontrar são colocadas onde precisam ajudar outros a se encontrarem.

Outro fator que provoca a “morte” de uma instituição eclesiástica é o fato de que líderes estão atuando com sobrecarga muito além de suas capacidades, isso pode ocorrer por incapacidade do líder ou pelo fato de que o crescimento natural e explosivo da igreja faz com que pessoas muito bem intencionadas e vocacionadas assumam a posição de líderes para não interromper o processo de crescimento, porém, precisam de acompanhamento para a sua formação, caso contrário, em um determinado momento acontecerá uma “falência múltipla dos órgãos”.

Enfim, esse quadro mostra um diagnóstico desfavorável para um crescimento sadio em diversas partes do “corpo de Cristo”. Feridas começam a se espalhar e ferir outras partes do “corpo”. Que o corpo de Cristo, como igreja, está crescendo é inevitável e cresce para a glória de Deus, entretanto é preciso estar muito atento para aquilo que está sendo realizado no que depende da participação humana, pois as portas do inferno não prevalecerão sobre a igreja de Cristo.  “Também eu digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16:18).

Apesar dessas palavras, de Jesus, existe uma grande parte do corpo que está enferma porque não está sendo cuidada por pessoas que foram devidamente preparadas. Pode até não existir dúvidas de que são pessoas vocacionadas e chamadas por Deus para o privilégio de liderar, mas não é o momento exato para a liberação. Quando essa antecipação acontece, a igreja parece perder força, e imediatamente os líderes que estão em “plena atividade” devem perguntar a Deus e a si mesmos: O que acontece? Falta preparo? Falta treinamento? Falta vergonha?
A partir desse diagnóstico, somente um caminho pode ser trilhado, somente um procedimento pode ser favorável e este é: cada parte do “corpo de Cristo” (Igrejas locais e denominacionais) deve adotar um programa efetivo para seleção, treinamento, envio e manutenção de líderes e tornar esse propósito uma prioridade para o sustento do crescimento orgânico e estrutural da igreja, porque do espiritual Deus está cuidando e muito bem.  “Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. (At 2:47)

Um remédio providencial

O primeiro prognóstico diz respeito a medidas que devem ser de caráter urgente tais como o entendimento da necessidade de treinar e manter líderes de forma sistemática e formal para evitar certo desequilíbrio e desconforto para o crescimento da igreja, e se houver  resistência de flexibilizar e optar por um programa de seleção, treinamento e manutenção de líderes,  Deus precisará levantar pessoas ou usar de qualquer outra forma para que a igreja não seja  envergonhada por conta do relaxo humano. “Maldito aquele que fizer a obra do senhor relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue!” (Jr 48:10)

Outro prognóstico é: havendo consenso e honestidade na forma de selecionar, formar e manter líderes, com certeza a igreja de Cristo será agente transformador na sociedade, no contexto em que está inserida, e experimentará um crescimento jamais visto na história, pois a criação está gemendo pela redenção e Deus tem pressa em receber os seus na medida que acrescenta dia a dia à sua igreja.

O desejo de Deus é que líderes bem formados e treinados possam pastorear um rebanho faminto e sedento por águas límpidas, e aqueles que fazem parte do “corpo de Cristo” precisam ter consciência de que qualquer tipo de líder, secular ou religioso, deve ser muito bem treinado antes de exercer a liderança que a ele está sendo designada. O certo é que muitos prognósticos podem ser estabelecidos a partir de um diagnóstico.

Assim um prognóstico favorável é: priorizem programas honestos de seleção, treinamento e manutenção para líderes em atividade na igreja. E um prognóstico desfavorável é: mantenham-se estáticos e inflexíveis quanto ao processo de crescimento da igreja e com certeza as portas do inferno não prevaleceram contra ela somente porque Deus ainda conta com 7000 que não dobraram os joelhos. Caso contrário terá de lançar mão de mulas para orientarem o seu rebanho.

O objetivo é: alcançar níveis de formação teórica, prática e espiritual que possibilitem a execução da missão que Deus designou à igreja. Executar a missão da igreja com dignidade, inteligência, discernimento espiritual e destreza por parte daqueles que são levantados para liderar um povo de propriedade exclusiva de Deus é essencial para que o nome de Deus seja glorificado por toda a terra.


AUTOR: Trajano Maciel de Oliveira Filho

segunda-feira, 25 de abril de 2016

"ENTRE VOCÊS NÃO PODE SER ASSIM!"


Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve. (Lucas 22:26)

Sabemos que no texto assim Jesus está chegando no final de seu ministério terreno e por várias vezes declarou isto aos seus discípulos, que de certa forma ficaram apreensivos e conjecturando coisas a este respeito; uma delas é: "quem seria o sucessor do mestre"?

Este texto tem sido usado por muitos pregadores para falar sobre a "liderança serva" e é claro que o texto fala sobre isto, mas muito mais do que isto, para mim o texto trata de um coração servo, pois olhando para os discípulos, todos eram líderes, ou seja, são líderes tratando com líderes e não líderes tratando com liderados.

Jesus não está falando sobre liderar, mas sim sobre servir e muito mais, sobre servir ao outro como seu "igual".
Ter um coração servo não porque é nosso dever, mas porque queremos que o outro esteja bem e melhor do que nós mesmos.

Neste sentido, como líderes a pratica do serviço não é tão difícil quando se trata de nossos liderados.
O pastor então, muitas vezes deixa o que está fazendo, o seu descanso e vai servir a ovelha que está necessitada e com problemas.

Por outro lado, também não temos problemas em servirmos aquelas pessoas que nos lideram. Isto é ainda mais fácil.
Se Jesus pedisse algo aos discípulos, eles iriam fazer com a maior alegria. Quando Jesus pediu para buscarem um jumentinho, eles nem sabiam direito como seria a coisa, mas foram de bom grado.

Quando servimos nossos liderados, somos valorizados por eles, quando servimos a nossos líderes podemos receber elogios, mas quando servimos ao nosso igual, nos colocando "como o menor", aí é um problema. Ser o menor entre os iguais! Fico pensando como os mesmos discípulos eram tão prontos para servir a multidão faminta, para servir os comandos de Jesus, mas tão relutantes quando era para servir um ao outro. "Entre vocês não é assim".

Servir aos iguais

Percebo o quanto é difícil para nós, servirmos aquele que é nosso igual, nossos pares. Pastores servir a outros pastores, líderes servirem a outros líderes. Não é difícil para o pastor servir a igreja que está sob seu comando, servir ao discipulador que é o seu líder, mas há dificuldade em servir um outro pastor.

Se um bispo um presidente de campo, nos pede para carregar a sua pasta, faríamos isto com muito bom grado, mas se um outro pastor nos pedir isto, muitas vezes vamos pensar, "quem ele pensa que é?".
Jesus está falando sobre isto com seus discípulos, servir aos seus iguais. Creio que este é o grande desafio do líder.

Creio que servir ao seu igual é sim ter um coração servo. Não ter o problema de ser o menor entre os seus iguais.

"Entre vocês não é assim"?

AUTOR: Armando Altino da Silva Júnior

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"LIDERANÇA EGOCÊNTRICA!"


Liderar é a arte de dividir tarefas, descentralizar, acompanhar, aperfeiçoar e colher os frutos. Não combina com a centralização e nem com o despotismo. Não pode ser fundamentada na vida do líder. Não é personalismo, mas pessoalidade. Liderar é fazê-lo por princípios e não por opiniões viciadas, voltadas para vantagens pessoais. Liderança significa pensar no bem comum, no sucesso como fruto de compartilhamento na organização. É buscar a excelência no trato com as pessoas. É contribuir para a unidade na instituição. É promover " a participação de todos no esforço de cada um". Contudo, o tempo que vivemos é estigmatizado pelo hedonismo, pragmatismo e narcisismo. São três anomalias que adoecem qualquer liderança.

A liderança egocêntrica é marcada pelo personalismo.

Dos que estão compactuados com vantagens e glória meramente pessoais. Pensar de si e para si é uma característica bem definida da liderança marcada pelo egoísmo. Esta busca freneticamente o reconhecimento dos liderados. Gosta do pódio. Exerce uma filosofia maquiavélica, isto é, se utiliza de meios convenientes para gerar resultados. Na cabeça da liderança egocêntrica está a megalomania ou mania de grandeza. Esta turma gosta de colocar fotos na parede. É muito triste ver em nossas comunidades, em nossas organizações filantrópicas, elementos comprometidos com a adulação, bajulação e reconhecimentos visando o fortalecimento do cargo que exerce. Os conchavos são a sua especialidade. A liderança egocêntrica não aprecia cargas, mas cargos. Não gosta de servir, mas de ser servida. Não facilita, mas problematiza. Essa liderança não tem coração. Ela é platônica, ou seja, vive no mundo das ideias. Pensa nas vantagens pessoais a partir do seu umbigo.

A liderança egocêntrica se vale do cargo para se promover.

Geralmente é uma liderança insensível em relação às necessidades dos seus liderados produzindo medo. Não está afeita ao companheirismo e nem a liberdade para críticas construtivas visando o bem da organização. Essa liderança é despida de misericórdia em relação aos que sofrem. Ela beneficia os apadrinhados, os companheiros que rezam na mesma cartilha. Exclui ou despreza os que têm boas ideias, os que podem contribuir para melhorar o serviço da instituição. Geralmente numa liderança exercida por líderes egoístas as pessoas que pensam não são benvindas. Esses líderes têm medo dos que podem revolucionar. A liderança egocêntrica é apequenada, medíocre e sofrível. Tenho pena das pessoas que são lideradas por elementos assim.

Liderar de forma egocêntrica é um grande prejuízo para a organização ou instituição.

É uma liderança dominadora ou ditadora, maldosa e doentia. Ela é impessoal, pois está mais focada em coisas do que em pessoas. Valoriza ações e não pessoas. Só sabe cobrar resultados, mas não investe sabiamente nos seus liderados. Não tem amizade com a sua equipe. A sua liderança é fria, formal e interesseira. Elimina os que pensam de forma diferente. Não há diálogo, interatividade e companheirismo. A liderança egocêntrica beneficia familiares e amigos (muitas vezes incompetentes) em detrimento dos que não são familiares e não são amigos, mas são competentes.

A liderança egocêntrica está na contramão do bom senso e de todo o ensino de Jesus Cristo.

O nosso modelo de liderança amorosa, altruísta, saudável, sinérgica e revolucionária. A única maneira de combatermos a liderança egoísta é substituí-la pela liderança comprometida com os valores cristãos. Esta sim, está voltada para as pessoas, o seu bem-estar, premia o trabalho criativo, encoraja, forma caráter, distribui tarefas e colhe resultados. Está atenta às críticas e sugestões que venham melhorar substancialmente o trabalho da liderança e consequentemente da organização em sua função diacônica ou em seu serviço. Só é possível libertar o homem ou a mulher de sua maneira egocêntrica de liderar aplicando os princípios do Mestre no Sermão do Monte, tão excelentemente expostos em Mateus, capítulos 5, 6 e 7. Aqui está o código de ética do Reino de Deus que deve ser aplicado "ipsis litteris" na vida da liderança para que haja mudanças profundas e saudáveis na organização.

Exercer a liderança altruísta é valorizar pessoas e não coisas.

Sabemos que quando valorizamos as pessoas, estas cuidam muito bem das coisas e de suas tarefas. A verdadeira liderança tem interesse em servir, comungar e acompanhar com interesse. Ela não é exercida infringindo medo, mas despertando coragem para participar do processo de gestão responsável e produtiva. Que Deus nos livre de uma liderança egocêntrica, interesseira, fria, calculista e descomprometida com valores éticos, morais do Reino. Que Deus seja glorificado em nossa liderança amorosa, servidora, catalizadora e empreendedora. Que os nossos alvos sejam: Glorificar a Deus e tornar os que lideramos em pessoas altruístas e servidoras, sempre fazendo o bem à semelhança de Jesus em sua caminhada.



AUTOR: Oswaldo Luiz Gomes Jacob

sexta-feira, 15 de abril de 2016

"JUBILEU DE OURO DO CÍRCULO DE ORAÇÃO!"

Você é o nosso convidado.

É neste final de semana. Sábado (16/04) e Domingo (17/04) as 18:00hs e Segunda-feira (18/04) as 19:00hs. Não percam...


"UM AVISO DIVINO AOS PASTORES!"



Pastores qualificados e dedicados merecem o respeito e apoio das ovelhas por eles guiadas. Paulo disse: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino” (1 Timóteo 5:17). O autor de Hebreus nos ensina: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros” (Hebreus 13:17). Homens fiéis que amam a Deus e aceitam a responsabilidade de ajudar seus irmãos chegarem ao céu devem ser tratados com respeito e apreço.

Infelizmente, alguns “pastores” não são dignos de honra. Alguns que se dizem conhecedores da palavra de Deus não são fiéis no seu ensinamento. Vamos considerar a mensagem de Jeremias 23 e algumas aplicações dela.

Jeremias profetizou nas últimas quatro décadas antes da queda de Judá à Babilônia. Ele chamou o povo, e especialmente os líderes dos judeus, ao arrependimento. Jeremias bem entendeu que o principal problema não foi uma questão de diplomacia ou poder militar. Este servo de Deus viu a corrupção do povo, de cima para baixo, como motivo do castigo divino iminente. No capítulo 23, ele apresenta uma mensagem de Deus que mostra a diferença entre o Pastor verdadeiro e fiel e os maus pastores que maltrataram as ovelhas do Senhor.



Ai dos pastores infiéis (Jeremias 23:1-4)

Deus falou aos líderes em Judá, dizendo que eram culpados de negligenciar e maltratar o rebanho dele. Preste atenção nos verbos que ele usa para descrever a conduta destes pastores: destruir, dispersar, afugentar e não cuidar. Pastores devem juntar, alimentar, cuidar, guiar e proteger, mas os pastores de Israel faziam tudo ao contrário!

Outra coisa marcante neste parágrafo é a maneira que Deus fala do rebanho. Ele o descreve como “o meu povo”, “as ovelhas do meu pasto” e “as minhas ovelhas”. A linguagem dele mostra o problema raiz do comportamento errado dos líderes. Eles não amavam o povo como Deus o amava! Para eles, ser pastor era uma posição de destaque, honra e privilégio. Para Deus, ser pastor era uma posição de responsabilidade, sacrifício e amor.

Hoje, ainda há muitos que olham para o cargo de pastor como uma posição de honra a ser cobiçada. Buscam o destaque e desejam a honra diante dos homens. Ao invés de agir humildemente como pastores no rebanho local (veja 1 Pedro 5:1-3), apresentam-se em todo lugar com o “título” de pastor. Em outras palavras, “Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mateus 23:6-7). Tais pastores não qualificados não cuidam do rebanho como devem.


O Renovo de Davi (Jeremias 23:5-8)

Em contraste total com os pastores infiéis, Deus apresenta o Renovo de Davi, conhecido posteriormente como o Bom Pastor (João 10:11). As qualidades do Messias, destacadas neste trecho, identificam um pastor totalmente diferente daqueles corruptos em Judá. Este descendente de Davi é um Rei justo e sábio, que executa a justiça (5). Enquanto os nomes dos infiéis cairiam em podridão (Provérbios 10:7), o nome deste Pastor é o mais exaltado de todos: “...será este o seu nome, com que será chamado: Senhor, Justiça Nossa” (versículo 6). O Bom Pastor seria a manifestação perfeita da justiça de Deus, e é identificado claramente no Novo Testamento como Deus (YHWH, Yahweh, Jeová ou Javé – cf. Hebreus 1:10-12, uma citação do louvor dirigido a Deus em Salmo 102; compare João 1:1; 8:24,58; etc.).

O Bom Pastor e seus servos fiéis (cf. 3 e 4) alimentam e cuidam do rebanho, dando-lhe uma habitação segura. Este Pastor não é ladrão, salteador ou mercenário (João 10:8,10,13). Ele é o Filho sobre a casa, que dá esperança aos seus servos perseverantes (Hebreus 3:6).


Os líderes contaminados (Jeremias 23:9-15)


Jeremias sentiu o efeito da palavra do Santo Senhor e ficou doente por causa da maldade do povo (9-10). Ele viu o povo sofrendo o castigo merecido por ser adúltero e rebelde. Mas esta maldade não era apenas das multidões irreligiosas que não se importavam com as coisas de Deus. Os líderes espirituais praticavam e incentivavam a iniquidade! “Pois estão contaminados, tanto o profeta como o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor” (11). Aqueles que tinham o dever de mostrar o caminho da luz iam tropeçar e cair no escuro (12,15). Os falsos profetas de Judá eram piores do que os de Samaria (13-14), e Deus já havia destruído Samaria! Estes líderes apoiavam e até incentivavam práticas erradas.

Hoje, muitas pessoas que se dizem pastores e evangelistas fazem a mesma coisa. Pregando um evangelho diluído e atualizado para atrair pessoas carnais, continuam adulterando a palavra de Deus para manter a lealdade delas. A palavra de Deus não deve ser alterada e atualizada pelo homem, porque já é perfeita e eterna. Cabe a nós aceitá-la como servos humildes do Senhor.


Não ouça! (Jeremias 23:16-22)

Freqüentemente, pessoas me dizem que tem o costume de assistir a diversos programas religiosos, porque “todos falam da palavra de Deus”. Outros andam visitando várias igrejas, mesmo sabendo que ensinam e praticam coisas erradas, porque “se sentem bem”. Ainda outros dão pouca importância ao estudo cuidadoso e constante da palavra de Deus, preferindo ler e ouvir as idéias e os ensinamentos de homens. Mas é isso o que Deus quer? No ambiente da confusão religiosa de Judá, o Senhor não falou para as pessoas ouvirem a todos. Ele disse: “Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor” (16). Jeremias havia profetizado da dureza do castigo divino, e os falsos mestres negavam seus ensinamentos, dizendo que Deus não ia castigar assim (veja um exemplo disso na desavença entre Jeremias e Hananias no capítulo 28). Hoje, há muitos pastores que dão falsas esperanças. Vamos considerar apenas dois exemplos: 1. Minimizar ou negar a gravidade de pecados que Deus condena. Justificam práticas claramente condenadas nas Escrituras, dando aos praticantes falsas esperanças da salvação. Deste modo, alguns justificam relações homossexuais e realizam casamentos de gays, outros apoiam a fornicação de casais que vivem amasiados. Muitos inventam todo tipo de argumento para passar por cima das instruções de Jesus sobre o casamento, divórcio e segundo casamento (Hebreus 13:4; Lucas 16:18; Mateus 19:9; etc.), aceitando e até incentivando casamentos adúlteros. Enchem as pessoas de falsas esperanças, pois muitas pessoas que continuam nestas práticas condenadas acreditam que entrarão no céu. Foram enganadas e ensinadas que 1 Coríntios 6:9-10 (pessoas que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus) não se aplica a elas! 2. Negar as condições dadas por Deus para a nossa salvação. Muitos pastores pregam a salvação barata, usando o raciocínio humano para negar os mandamentos de Deus. É incrível, e incrivelmente triste, ver até que extremo pastores chegam hoje para anular simples instruções de Deus sobre o arrependimento e o batismo para remissão dos pecados (Marcos 16:16; Atos 2:38; 22:16; etc.). Como os falsos profetas 600 anos antes de Cristo, estes mestres enganadores vão correndo para falar, mas não falam a palavra de Deus (21). O Senhor disse na época de Jeremias: “Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações” (22).



Os sonhos e as visões (Jeremias 23:23-32)

Jeremias enfrentou um outro problema que ainda perturba as pessoas que buscam o Senhor hoje. Falsos profetas usavam seus próprios sonhos como se fossem revelações divinas, enganando as pessoas ingênuas. Deus disse:“Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração? Os quais cuidam em fazer que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu companheiro....Portanto, sou contra esses profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras..., que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse! Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e com as suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem, e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o Senhor” (25-32).

Não é a mesma coisa que acontece hoje? Supostos profetas preferem falar o que vem do próprio coração, alegando ter sonhos e revelações de Deus, e não ensinam a verdade eterna que Deus revelou para todos na Bíblia. E muitos ouvintes dão mais importância às revelações particulares do que à mensagem das Escrituras. “A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente” (1 Pedro 1:25).


Como nos proteger dos falsos mestres


Como podemos nos proteger dos pastores infiéis e dos falsos profetas? É essencial: 1. Ouvir a palavra do Senhor (Jeremias 22:29; Atos 28:25-27); 2. Acolher o amor da verdade (2 Tessalonicenses 2:10); 3. Discernir entre o certo e o errado (1 Tessalonicenses 5:21-22); e 4. Ser praticantes da palavra (Tiago 1:21-25).


AUTOR: Dennis Allan

quinta-feira, 14 de abril de 2016

"ONDE ESTÃO OS TIMÓTEOS DO SÉCULO 21?"



Esta indagação tem inquietado o meu coração. Tenho visto muita baixa qualidade no ministério pastoral hoje. Há muita gente no ministério que não é séria. Estamos no século 21 e precisamos de pastores comprometidos com o ministério delineado e fundamentado nas Escrituras.

Segundo John Stott, o apóstolo Paulo faz a Timóteo um apelo tríplice: apelo ético, apelo doutrinário e apelo vivencial. O velho líder, morto em 27 de julho de 2011, foi muito sábio nesta abordagem. Temos notado problemas muito sérios nestas três áreas. Aliás, elas são vitais no exercício do ministério concebido na Palavra de Deus. Fazem parte do DNA do ministério pastoral. Timóteo, discípulo de Jesus ensinado por Paulo, era um jovem pastor comprometido com o caráter de Jesus Cristo, pronto a perder a vida pela missão que o Senhor lhe havia confiado apenas por graça. Vejamos então os três apelos paulinos: ético, doutrinário e vivencial.

O APELO ÉTICO

Quando examinamos o apelo ético, ficamos estarrecidos. Há elementos com deformação de caráter exercendo a atividade ministerial. Elementos que usam de mentira, fazem do povo massa de manobra, não são sinceros em suas manifestações, não sabem liderar com mansidão, não honram seus compromissos financeiros, gastando mais do que ganham; usam de vaidade, aspiram uma vida confortável e o pódio; desejam carros sofisticados, gostam de roupas de grife, transitam em lugares não próprios, maltratam a família, buscam se aproveitar do povo para fins de lucro, exigem salários altos, não honram compromissos de agenda e pregam sermões dos outros como se fossem seus. Estão longe da ética do Reino de Deus. Não têm intimidade com o Senhor por meio da oração e da Palavra. Não fazem o culto doméstico. Vivem uma vida mundana, sem autoridade espiritual. 


O APELO DOUTRINÁRIO 

O apelo doutrinário está ligado ao compromisso com as doutrinas bíblicas, com a ortodoxia batista (no meu caso). Timóteo estava visceralmente ligado à verdade das Escrituras. Estas eram centrais em sua experiência como cristão e pastor. Paulo o orientou a combater o combate da fé. O apóstolo lembra a Timóteo e a Tito a verdade revelada. O velho pastor os ensinou a amar a Palavra, a tradição oral e escrita da parte de Deus por meio do Seu Espírito. A doutrina dos apóstolos e profetas estava enraizada em Tito e Timóteo. 

O pastor é aquele que está comprometido com a apologética, com a defesa da fé. Um homem versado nas Escrituras, cuja vida está pautada nelas. Stott indica que devemos defender, proclamar e ensinar a Sagrada Escritura com toda a fidelidade. Timóteo devia manejar muito bem a Palavra da Verdade (2 Tm 2.15). Paulo o orientou à leitura pública das Escrituras, à exortação e ao ensino (2 Tm 4.13). A exortação de Paulo a Timóteo é clara: "Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nessas coisas. Dessa forma, salvarás tanto a ti mesmo com os que te ouvem" (1 Tm 4.16). O pastor genuíno, chamado por Deus como homem comum para um trabalho extraordinário, deve amar as Escrituras, estudá-las com dedicação e zelo. Ensiná-las com convicção.


O APELO VIVENCIAL 

O último apelo de Paulo a Timóteo é o vivencial. A partir de uma vida íntegra (ética), um compromisso com a Palavra de Deus (doutrinário), temos a prática no dia a dia. Vida mais Escritura nos levam à vivência, ao testemunho fidedigno, absolutamente comprometido com o caráter de Deus Pai. Paulo ordenou a Timóteo a tomar posse da vida eterna. Esta vida eterna está bem exposta em João 17.3: "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste". Esta vida eterna foi-lhe dada quando ele creu na suficiência da obra de Cristo Jesus na cruz e na ressurreição. O Senhor Jesus é o modelo de vida do pastor. Ele é o Bom Pastor que dá a Sua vida pelas ovelhas (João 10.11). Deus, nosso Pai, tinha prazer na vida de Jesus Cristo, Seu Filho. Como pastores, devemos dar prazer ao nosso Senhor, Àquele que nos vocacionou. Que ao olhar para nós Ele veja ética, amor à Palavra e obediência. Que cada pastor siga e sirva a Jesus Cristo com alegria e singeleza de coração, sendo o exemplo para o rebanho.

À semelhança de Timóteo, os pastores mais jovens do século 21 precisam ouvir os mais velhos. Carecem de mentores, homens de Deus experimentados e aprovados. Não nos esqueçamos de que os Timóteos de hoje, do século 21, precisam testemunhar como Paulo, quando da despedida dos pastores de Éfeso: "Mas em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contato que eu complete a carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus" (At 20.24). 

Também, olharem para o velho apóstolo, preso em Roma, quando declara com profunda convicção: "Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé. Desde agora a coroa da justiça me está reservada, a qual o Senhor, Justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos quantos amarem a Sua vinda" (2 Tm 4.7,8). Os Timóteos do século 21 devem estar conscientes do equilíbrio entre ética, doutrina e vivência. O Senhor Jesus, nosso Pastor supremo, sabia, vivia e ensinava esse equilíbrio. 

John Stott pergunta: onde estão os Timóteos do século 21? Ao responder, ele diz: "Eles procuram ser leais não só a um ou outro desses apelos, mas para toda a revelação bíblica, sem pinçar o que lhes agrada mais. Eles buscam a retidão, combatem o combate da fé e tomam posse da vida eterna - tudo isso ao mesmo tempo". 

Deus é glorificado na vida dos ministros comprometidos com os Seus propósitos em Cristo Jesus! Louvado seja Deus pelos Timóteos do século 21! Que mais e mais obreiros assim sejam chamados, busquem a excelência no preparo e trabalhem arduamente para a salvação de vidas e a edificação da Igreja lavada pelo sangue de Jesus Cristo até que Ele volte!


AUTOR: Oswaldo Luiz Gomes Jacob