quarta-feira, 29 de abril de 2015

"INIMIGOS DA VOCAÇÃO!"


Conhecemos muitas pessoas inteligentes e capazes, mas no que se refere a obra é necessário muito mais que habilidade humana, é necessário dependência de Deus.

Lutero aborda esta questão da seguinte forma: " A vocação não deve ser assumida levianamente, pois não é o suficiente que uma pessoa tenha conhecimento. Ela precisa estar certa de haver sido devidamente vocacionada. Aqueles que exercem o ministério sem devida vocação almejam bom propósito, mas Deus não abençoa os seus labores. Eles podem ser bons pregadores, mas não edificam."É por isso que palavras bonitas e bem colocadas não edificam e nem mudam vidas. O papel pastoral é muito superior a um show ou apresentação. Somos canais de Deus e não podemos nos esquecer nunca que não somos nós, pastores, que temos o poder de mudar as vidas, mas sem dúvida somos uma ferramenta usada por Deus para encaminhar as vidas sedentas até Ele. Não despreze o seu chamado, Deus é quem te chamou e é fiel e justo para ajudá-lo nas suas limitações e dificuldades.

Segundo a junta de Educação teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil, vocação pode ser definida nos seguintes termos: O chamado para o ministério é diferente em, pelo menos, três sentidos: (1) não se baseia em tendências, mas no chamado de Cristo mediante o conhecimento de sua vontade e o testemunho interior do Espírito Santo; (2) não objetiva uma profissão nem um cargo para realização pessoal, mas uma posição de serviço que requer abnegação e transformação de caráter; e (3) implica o cumprimento exemplar de obediência à Palavra em todo o processo de crescimento espiritual, e capacitações e habilitações para a pregação e o cuidado público e individual.

A vocação pastoral possui inúmeros inimigos:

1) Relativismo Missional
Jedeias citando Richard Baxter aborda que o obreiro vocacionado precisa ter cuidado com a fragmentação do evangelho, pois neste mundo tão ávido por novidades podemos incorrer inconscientemente, em oferecer fórmulas rápidas. Deus nos chamou com o objetivo de anunciar sua palavra que é rica e profunda, pois o evangelho é tão simples que uma pessoa iletrada pode entender e ao mesmo tempo é tão profundo que os mais hábeis cientistas não conseguem compreender. Não podemos esquecer que no evangelho além das bênçãos está embutido também a renúncia.
Este mundo pós moderno tenta sufocar as convicções da igreja, mostrando a inversão de valores através do relativismo. Não podemos esquecer que o homem é complexo, mas o evangelho é completo.

2) Pragmatismo Missional
Vivemos em um mundo capitalista e competitivo, e esse vírus do crescimento a qualquer custo muitas vezes quer contaminar o ambiente cristão.

Porque nós não estamos como tantos outros, mercadejando a Palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus" (2 Co 2.17).
Rubens Ramiro Muzio em seu livro DNA da Liderança Cristã, declara que muitos estão deixando de buscar orientação de Deus e estão  buscando estratégias mercadológicas coorporativas apenas. Nós pastores entendemos que administrar a igreja não é o mesmo que administrar uma empresa, podemos até emprestar algumas ferramentas para melhor atender a comunidade cristã, mas o perfil da igreja é completamente antagônico ao da empresa, toda e qualquer formação secular deve estar subordinada a nossa missão de proclamadores da palavra de Deus.

Muzio enfatiza que as propostas de crescimento não deve ser pautada em marketing, mas em visão missional contextualizada na teologia bíblica. Segundo Jedeias de Almeida muitos buscam crescimento a qualquer custo e sob qualquer bandeira.

Como vocacionados precisamos buscar em Deus equilíbrio para entender, que há momentos em nosso ministério que o crescimento se dá por outras formas e não somente em um rol de membros. Um planta, outro rega e outro colhe; porém, o crescimento vem de Deus. "De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento." 1 Coríntios 3:7.

É
inegável que nenhum pastor quer terminar o ano com o mesmo número de membros que iniciou, mas muitas vezes  o crescimento se dá em consolidação dos recém convertidos. Não podemos nos esconder atrás do ócio, mas também devemos ter claro em nossa mente que Deus dá o crescimento: 

3) Subjetivismo Missional
Jedeias em sua tese de doutorado, cita que atualmente pessoas tem escolhido, viver uma vida equivocada achando que a seleção para o ministério se faz na perspectiva do mercado, necessidades da oferta e da procura e não pela direção do Espírito  Santo. Tais escolhas estão fadadas ao fracasso, pois ser vocacionado não é buscar emprego.

Anísio Batista Dantas "Quem pensa que é fácil ser pastor não passa de um mal informado, ignorante e prepotente. Ser pastor não é ser dirigente de culto, é ser dirigente de vida e transmitir tudo aquilo que o doador da vida deseja que todos os homens recebam. Ser pastor não é falar bonito, ser bom orador. Ser pastor é ter paixão pelas almas".

Outro aspecto que Rubens Muzio aborda em seu livro, o pastor desde século precisa ter habilidades para corresponder as exigências atuais. Jedeias comenta que há pessoas que buscam capacitações e treinamento no nível corporativo e deixam de buscar o maior e melhor professor que é o Espírito Santo. Tais capacitações visam o antropocentrismo, e muitos se esquecem que ser vocacionados é viver uma vida cristocêntrica.

Administradores são indicados, governos são eleitos para um tempo específico e determinado, mas o pastor é chamado e vocacionado por Deus para ser porta voz em tempos de guerras e paz. Mac Arthur disse: Um chamado divino é inigualável, concedido a homens eleitos por Deus para serem ministros de Sua Palavra e servos de sua igreja.

Nossa vocação não é fruto da mão do homem, "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros João 15: 16 mas sim de uma escolha diretiva do Senhor, não devemos nos esquecer que estando em um  pequeno centro populacional ou em uma megalópole, pastoreando uma "pequena ou grande" igreja, tendo inúmeras habilidades ou sendo "limitados por vários contextos", foi Deus em seu olhar eterno que nos arrebanhou para sua cearaSomos privilegiados por Deus nos conceder tão grande responsabilidade de pastorear pessoas e ver que através de ministrações, de aconselhamentos e proposta de intervenções, almas são transformadas pelo poder que há no nome de Jesus e na Palavra de Deus. Somos abençoados por ver um Deus tão poderoso cuidar de maneira tão especial de nós e de nossas famílias. Às vezes temos dificuldades, mas não existe nada melhor do que sabermos que estamos cumprindo as ordens de nosso comandante (Deus) e ter convicção de que vai dar tudo certo, porque é Ele que está no comando. A este Deus que tudo sabe, que tudo vê, A  ele seja Glória, pelos séculos dos séculos. Amém-  I Pedro 05: 11.

AUTOR: Pastor Alessandro Francisco da Silva

sexta-feira, 24 de abril de 2015

"A IGREJA QUE FAZ DIFERENÇA!!!"




Nossa conduta de vida indica o modelo de igreja que somos.

Uma Igreja que o adore de verdade: (Jo. 04:23) Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

Deus quer uma Igreja onde a pregação é prioridade: (IIº Tm. 04:02) Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.

Deus quer uma Igreja que seja luz no mundo: (Mt. 05:14) Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.

Deus quer uma Igreja viva e acordada, não em cima do muro: (At. 20:09) E, estando um certo jovem, por nome Eutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto.

Deus quer uma Igreja que não perde a comunhão: (At. 20:11) Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E, assim, partiu.

Deus quer uma Igreja Feliz: (At. 09:31) Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.
  
     AUTOR: Pastor Geraldo de Almeida Filho

sexta-feira, 17 de abril de 2015

"A CASA DO CRISTÃO: LUGAR DE DESCANSO!"



Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. 

Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10.38-42).

Vivemos uma geração com dificuldade de estabelecer limites em vários sentidos. A casa do cristão tem sofrido as consequências disso. Parece que nossos muros de casa foram derrubados e passamos a ser invadidos. Onde deveria ser lugar de refúgio e descanso, tem sido lugar de stress, ansiedade e agitação. Mas, quando Jesus é convidado para entrar em nossa casa, tudo muda.

Em primeiro lugar, Jesus transforma nossa casa em lugar de descanso físico (do trabalho). É muito interessante ler o primeiro livro do pentateuco e notar que o próprio Deus descansou: E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. (Gênesis 2.2). O descanso é, portanto, um invento divino desde a criação do mundo. Bom ressaltar que descanso não é preguiça, indolência, inação. Descanso acontece após o trabalho. Isso é levado tão à sério por Deus que se tornou uma diretriz dada através de Moisés: Seis dias trabalharás, mas, ao sétimo dia, descansarás, quer na aradura, quer na sega (Êxodo 34.21; Levítico 23.3) 

E isso deveria ser feito coletivamente e anunciado publicamente: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação (Levítico 23.24). A intenção de Deus era tão intensa que a arca da Aliança do Senhor ia adiante deles caminho de três dias, para lhes deparar lugar de descanso (Números 10.33).Na visita de Jesus, a primeira observação é para Marta descansar do seu trabalho. A casa do cristão deve ser esse lugar.

Além de perceber a necessidade do descanso físico do trabalho, Jesus percebeu que a agitação e inquietude de Marta indicava a necessidade de aprender que a casa é lugar de descanso espiritual (das lutas). Eles enfrentariam grandes lutas espirituais com a morte de Lázaro (João 11) e, depois, com as ameaças de morte dos líderes religiosos (João 12.2). O melhor a fazer em casa é nos assentarmos aos pés de Jesus e deixarmos que suas palavras ministrem nossa fé e confiança, arrancando os medos. Ele venceu nossos inimigos para cumprir a promessa do Senhor: Mas passareis o Jordão e habitareis na terra que vos fará herdar o Senhor, vosso Deus; e vos dará descanso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros (Deuteronômio 12.10). 

Jesus ensina, também, que nossa casa deve ser lugar de descanso emocional (da alma). A preocupação deve cessar para dar lugar às conversas mais agradáveis da vida. Suas visitas sempre envolviam conversas longas, prazerosas, cheias de ensino e manifestação de carinho e respeito. Contavam suas histórias um ao outro, faziam refeições juntos, abriam seus corações falando de suas alegrias e angústias. Deixavam-se relacionar simplesmente pelo prazer de estarem juntos. Jesus até havia ensinado que aqueles encontros não deviam ser muito carregados de tarefas e preparativos que muitas vezes atrapalham, mas deveriam priorizar o tempo na essência de uma boa e franca conversa. 

E como aquela orientação foi marcante. A casa de Marta, Maria e Lázaro tornou-se esse lugar ao ponto de, uma semana antes de morrer, Jesus decidiu passar por Betânia para ter esse tempo de descanso na alma (João 12.1-3). A qualidade de descanso foi tão intensa que, depois de uma agradável Ceia juntos, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo (João 12.3).

O Senhor Jesus está à porta disposto a entrar em nossas casas. Se ouvirmos sua voz e abrirmos a porta, Ele entrará em nossas casas para estar junto de nós (Apocalipse 3.20). Ali ele trará alívio a todos os que estão cansados e sobrecarregados, ministrando sobre nós sua mansidão e humildade. E acharemos descanso. Com Jesus em casa, a casa do cristão torna-se lugar de descanso.


AUTOR: Rodolfo Garcia Montosa

segunda-feira, 13 de abril de 2015

"A IMPORTÂNCIA DO OUTRO EM NOSSA HISTÓRIA!"





Creio que não é novo afirmar que a nossa história é construída a partir dos vários relacionamentos que experimentamos. No cotidiano da nossa vida, somos atravessados por ações, sentimentos e palavras, que vão tecendo avanços e retrocessos fundamentais em nossa construção.

Desde o ventre materno, somos tocados por várias sensações que, de maneira inexplicável, lançam a base do que denominamos como sociabilidade. A mãe e o pequeno ser que nela habita experimentam transformações incríveis numa relação alteritária de medo, alegria, entusiasmo, renúncia e, para algumas, de esperança.

Essa relação nos acompanha todos os dias da nossa vida, e para aqueles que são cristãos, ela nunca deixará de existir, pois ultrapassa os limites de tempo e espaço, chegando à relação de eternidade com Deus.

Quando Deus fez o ser humano segundo a sua imagem e semelhança, conferindo-lhe atributos, como espiritualidade, racionalidade e sociabilidade, instituiu-se no cenário histórico do Éden uma relação unilateral entre o Criador e as pessoas, as quais foram criadas para amá-Lo sobre todas as coisas e se amarem mutuamente.  Na perspectiva cristã, a relação alteritária, que hoje tem sido um valioso objeto de estudo para educadores, sociólogos, psicólogos e tantos  outros cientistas sociais, teve início no ser de Deus, que sempre subsistiu num relacionamento Triúno, criando-nos para a relação mútua com tudo aquilo que nos cerca.

Nesse sentido, é importante que estejamos sempre conscientes de que somos seres sociais e precisamos nos envolver com o outro, e constatar que, apesar dos sentimentos egoístas que conduzem as filosofias de um século materialista e hedonista, as pessoas podem experimentar de maneira limitada, a partir da graça comum, mudanças imperceptíveis e necessárias que acontecem no universo das relações humanas, produzindo, ainda que imperfeitamente, sombras da sensibilidade, solidariedade,  acessibilidade,  diálogo e respeito mútuo.

Na verdade, podemos afirmar que somos sujeitos a partir do outro. Nesse aspecto o catedrático em filosofia e ética, Savater (2005, p. 38), professor e jornalista, corrobora o que afirmamos, pois, para ele, "ninguém é sujeito na solidão e no isolamento, sempre se é sujeito entre outros sujeitos: o sentido da vida humana não é um monólogo, mas provém do intercâmbio de sentidos, da polifonia cor ".

Na esfera dos relacionamentos humanos é necessário que tenhamos a compreensão de que participamos do processo histórico social, numa relação intercambial com as vozes da multidão que nos cerca. Não conseguiríamos jamais edificar sonhos sem o outro.

Por mais que nos conduzamos em alguns momentos através de monólogos com a nossa própria consciência, e nos trancafiemos em nossos pressupostos, não podemos esquecer que a história da humanidade tem traços incríveis de intercâmbios entre os seres humanos.

Como cristãos, acreditamos que Deus nos fez para relação. Relação que tem um caráter triplo. Relacionamo-nos com o Altíssimo e com as manifestações de sua graça, com o mundo criado para nossa felicidade a partir de um designer inteligente e com as pessoas dotadas da mesma imagem divina.

Cremos que há uma relação alteritária, muitos homens e mulheres quebraram paradigmas culturais com o propósito de conhecer outros universos e de partilhar os seus mundos. Essa verdade nos remete àquilo que o autor bíblico, apóstolo João, disse no passado quando afirmou que o Filho de Deus veio até esse mundo e se relacionou com as pessoas, vestindo-se da natureza humana: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai" (Jo 1.14).

Ao analisar a vida de Jesus Cristo, todos os estudiosos chegam à conclusão de que ele teve a coragem de se relacionar e de trazer uma mensagem incomum para universos sociais, culturais e espirituais, que não conseguiam compreender o motivo pelo qual existiam. As ruas de Jerusalém, Cafarnaum, Galileia e dos vilarejos naqueles dias, nunca mais foram as mesmas, uma vez que o Messias caminhou por elas.

Portanto, o fato de sermos cristãos, não nos impede de conversar, caminhar e discutir com outras cosmovisões que são distintas das nossas. É certo que muitos religiosos se trancafiaram em seus mundos por diversos motivos. Espero que o medo de dar razão às suas confissões ou crenças, não tenha sido o elemento motivador para a presença de um silêncio profético em dias de relativismo vazio e conservadorismo inflexível, vistos no Iraque, na Irlanda, nos Estados Unidos, por vezes, no Brasil e em vários países.

O nosso desafio é o de compreender a importância do outro em nossa caminhada e as mudanças que ele pode produzir em nossa história. Partindo dessa premissa, teríamos igrejas, escolas, partidos políticos, ongs, comunidades, cidades, estados e países melhores, vivendo acima de medos e radicalismos, se fossem tocados pelo totalmente Outro, que, de maneira providencial, utiliza outros para mudar a história da humanidade.


AUTOR: Emerson de Arruda

terça-feira, 7 de abril de 2015

"O TEMPO E O RELÓGIO!"

 
 
 
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu."
Eclesiastes 03:01


Uma das primeiras lições que aprendemos quando entramos na escola é aprender a contar as horas. A professora nos ensina a ver a direção dos ponteiros, os numerais do visor e até dividir os minutos. Nós dominamos então os números do relógio e a partir daí começa uma corrida louca contra os ponteiros do relógio.

O problema é que nos ensinam a contar os minutos, mas não aprendemos a lidar com o tempo. O tempo é uma benção divina e um grande aliado nosso. O tempo é um grande instrumento de reconciliação, ele apaga as grandes feridas da alma e aproxima pessoas que se distanciaram, ele coloca no lugar os pensamentos conflitantes e divergentes dos seres humanos.

Muitas vezes atendemos pessoas que chegam no gabinete desesperadas com situações limite em suas vidas, pensando que não há mas solução. Porém, também não é raro ver estas mesmas pessoas depois de um "tempo" voltarem contando uma completa mudança na situação. O tempo cura e nos ajuda a entender muitas coisas. Porém, o homem mediante o tempo, criou o relógio, este instrumento autoritário que nos faz correr como malucos. Deus criou o tempo, então veio o homem e criou o relógio.

O tempo liberta, mas o relógio escraviza. O tempo nos ensina a longanimidade e a paciência, porém o relógio trás o desespero e ansiedade. Em Mateus 6:34, Jesus orienta: "Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."

Jesus nos alerta para a tentativa do relógio de nos escravizar, pois nos angustiamos ao ver as horas indo embora e as coisas do mesmo jeito. Achamos que estamos perdendo tempo e que temos que fazer alguma coisa, por isto corremos para lá e para cá procurando saída e nos rendendo a escravidão do relógio. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 08:36.
 
Quantas pessoas estão escravas desta roda maluca dos 60 segundos, dos 60 minutos e não conseguem parar para entender a sua vida!
 
Quando entendemos que Deus criou o tempo para o homem e não ao contrário, não nos desesperamos com a urgência das coisas, pois sabemos que nosso Deus a seu tempo fará cumprir em nossas vidas todas as coisas. Muitas vezes começamos a correr atrás de coisas que já estão resolvidas pelo Senhor e perdemos o descanso no Seu colo.

Gosto da palavra que diz: "De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança". Salmo- 131:02; e também: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará." Salmo 37:05

Precisamos então entender que nunca teremos a benção de Deus porque corremos demais, mas teremos a benção se aprendermos a esperar nele. Aprender o Seu tempo.

Não viva pela ditadura do seu relógio, mas aprenda a viver pelo tempo de Deus. Sempre em Cristo!
 
 
AUTOR: Armando Altino da Silva Junior

"MARIA, MÃE DE JESUS, PERMANECEU VIRGEM APÓS TER DADO A LUZ A CRISTO?"

Existe uma doutrina católica que afirma que Maria, mãe de Jesus, permaneceu virgem antes, durante e depois do parto. Porém, esse posicionamento está mais fundamentado nos dogmas católicos do que na própria Bíblia Sagrada que, segundo cremos, é a única e exclusiva revelação de Deus aos homens. Cremos que Cristo nasceu de forma extraordinária, num nascimento virginal. Mas será que Maria permaneceu virgem mesmo após o nascimento de Cristo? Vamos recorrer a Bíblia para elucidar essa questão.

Maria, mãe de Jesus, permaneceu virgem após ter dado à luz a Cristo?

Dentre vários argumentos possíveis, vou expor mais detalhadamente um que me parece ser suficiente para elucidar essa questão: Jesus tinha irmãos que eram filhos de Maria. Se ele tinha irmãos é impossível que Maria tenha permanecido virgem.

Os católicos argumentam nesse ponto: “Mas todos sabem que em hebraico o termo “irmão” pode indicar qualquer parentesco, como sobrinho (Gn. 12:05 e 13:08; 29:12-15), tio, primo (1 Cr. 23:22) e até amigo (Gn. 29:04).

Qualquer estudioso mais atento da Bíblia sabe que o Novo Testamento não foi escrito em hebraico, conforme o argumento católico acima, e sim em grego. Note, por exemplo, o que está escrito em Mateus 12:46: “Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe.”

Fiz uma pesquisa desse mesmo texto na tradução Católica da Bíblia Ave Maria e nela está traduzido assim: “Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.” (Mateus 12:46 – Bíblia Ave Maria).

Ora, se o argumento é de que essa menção da palavra “irmãos” se refere a parentes próximos, porque não traduziram assim? Por que mantiveram a tradução como irmãos?

Simples: Porque realmente se trata dos irmãos de Jesus, filhos de Maria e José. A palavra grega usada no texto de Mateus 12.46 para irmãos é “adelphos”. Ela não é usada no Novo Testamento para designar parentes próximos. Os usos mais frequentes dela são para designar “um irmão, quer nascido dos mesmos pais ou apenas do mesmo pai ou da mesma mãe”, “um fiel companheiro, unido ao outro pelo vínculo da afeição”, “irmãos em Cristo” (Léxico Strong – palavra grega G80).

Já a palavra hebraica comumente traduzida no Antigo Testamento por “irmão” e que também aceita tradução para parentes próximos é “’ach”, ou seja, não tem nada a ver com a palavra utilizada no Novo Testamento, onde estão os textos que falam dos irmãos de Jesus.

Temos ainda várias outras menções dos irmãos de Jesus no Novo Testamento. Em um dos textos até o nome deles são citados. E ainda nos é revelado que Jesus também tinha irmãs: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs?” (Marcos 06:03).

A Bíblia ainda nos revela que os irmãos de Jesus não creram Nele por algum tempo: “Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele.” (João 07:05).

Mas depois se diz claramente que os irmãos de Jesus o seguiram após a sua ressurreição: “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.” (Atos 01:14).

Assim, fica claro que Maria teve sim outros filhos e não permaneceu virgem após o nascimento de Cristo. Ela casou-se com José e seguiu normalmente sua vida de casada como qualquer moça da época.

Creio que essa argumentação seja suficiente, porém, ainda podemos pensar que Maria e José eram casados e que em nenhum momento a Bíblia afirma que não tinham uma vida normal de casados, pelo contrário, diz que Maria era mulher de José (Mateus 01:24). E sendo mulher de José, após cumprir a missão dada a ela pelo Senhor de dar à luz ao Cristo, cumpriu seu papel de esposa fielmente, dando a José aquilo que era de direito dele como esposo. E nisso não houve pecado da parte dela. Eles seguiram a cultura judaica que via nos vários filhos um sinal da bênção de Deus. O argumento católico de que Maria teria feito voto de castidade para toda a vida não pode ser sustentado à luz das Escrituras.
 
 
AUTOR: Presbítero André Sanchez

sexta-feira, 3 de abril de 2015

"SIGNIFICADO DA PÁSCOA!"



 "A VERDADEIRA PÁSCOA"

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes do nosso calendário. Atualmente, tornou-se uma data tão comercial, que poucos lembram ou conhecem seu verdadeiro significado. Para além dos chocolates e presentes, reforço a origem do termo, que remonta a aproximadamente 1.445 anos antes de Cristo.

Para contextualizarmos, neste período, de acordo com a Bíblia, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó viviam como escravos há mais de quatrocentos anos no Egito. A fim de libertá-los, Deus designou Moisés como líder do povo hebreu (Êxodo 03-04).


Em obediência ao Senhor, Moisés dirigiu-se a Faraó a fim de transmitir-lhe a ordem divina: “Deixa ir o meu povo”. Para conscientizar o rei da seriedade da mensagem, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egito.


No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava deixar o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas: Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar “todo primogênito... desde os homens até aos animais” (Êx.12.12).



A primeira Páscoa
 
Como os israelitas também habitavam no Egito, o Senhor emitiu uma ordem específica a seu povo. A obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tomaria um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito e o sacrificaria. Famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (Êx. 12.04).

 
Os israelitas deviam aspergir parte do sangue do cordeiro sacrificado nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele não mataria os primogênitos das casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas. Daí o termo Páscoa, do hebreu pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”.

 
Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus,” Jesus Cristo, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo. 01.29).

 
De acordo com a Bíblia, no livro de Êxodo, capítulo 12, versículo 31, naquela mesma noite Faraó, permitiu que o povo de Deus partisse, encerrando assim, séculos de escravidão e inaugurando uma viagem que duraria quarenta anos, até Canaã, a terra prometida.

 
A partir daquele momento da história, os judeus celebrariam a Páscoa toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo” (Êx. 12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz.


 
Libertação
 
Assim sendo, lembremos, não somente nesta data, mas em todos os dias, o verdadeiro significado da Páscoa. Assim como o Todo Poderoso libertou os hebreus da escravidão no Egito, Deus quer nos libertar da escravidão do pecado e por isso, enviou seu Filho, Jesus Cristo, para que “todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo. 03.16) Vida esta conquistada com sangue “porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Co 05.07).

Celebremos então a liberdade conquistada por Jesus Cristo na cruz para todos nós!

FONTE: Bíblia de Estudo Pentecostal - Editora CPAD.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

"CULTIVAR AMIGOS FAZ BEM!"

 
 
"Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão”. Provérbios 17:17

Pesquisadores descobriram que a endorfina é uma substância produzida a partir do carinho e da presença de um amigo, uma espécie de bálsamo para muitas das dores humanas.

A amizade não só libera este remédio natural produzido pelo cérebro, mas diminui a tensão interior e refrigera a alma. É como se o corpo se desarmasse, ancorado na segurança de ter um amigo. Além disso, ter uma pessoa do lado, com quem se possa contar, ajuda a controlar melhor a pressão arterial, contribui para proteger os vasos sanguíneos de possíveis lesões, equilibra o batimento cardíaco, bem como dá uma força e tanto contra a depressão.

Temos que aprender a desenvelopar a capacidade que Deus nos deu de fazermos amigos. Quando eu era adolescente, li um livro, publicado pela primeira vez em 1937, atualmente com mais de 15 milhões de exemplares vendidos. O nome da obra é "Como fazer amigos" e está dedicado a um amigo pessoal do autor. Esta dedicatória é a mais interessante que já vi: "Este livro é dedicado a um homem que não tem necessidade de sua leitura!"

Muita gente que está enferma hoje seria curada se tivesse aprendido a cultivar com mais afinco amizades sinceras e verdadeiras.

O cultivo de amizade é uma via de mão dupla. Mantém-se pelo fluxo e refluxo de ações mútuas. As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que permanecem. Conservam-se em nossa existência, quando investimos nelas e nos abrimos para que elas invistam na gente. Certa vez, em uma comunidade que liderei, uma senhora reclamou que não tinha amigas. Procurei fazê-la perceber que ela não fazia nenhuma questão de cultivar amizades. Debochou de meus conselhos. Somente esperava que os outros fossem até ela. À medida que se isolava como uma ostra, a sua alma adoecia... Acabou morrendo.

Você pratica a arte de fazer novos amigos? Investe no relacionamento com os velhos amigos? Contenta-se meramente em ter conhecidos ou colegas? Tem dificuldade em chamar alguém de amigo?

Ainda tenho muito que aprender da virtude da afeição. Mas, permita-me lhe dar algumas sugestões, a fim de que cultive boas amizades:

1) Procure enxergar o potencial que Deus vê neles;
2) ouça-os desinteressadamente e deixe-os falar de si mesmos;
3) descubra e discuta seus alvos específicos;
4) assuma responsabilidade de cooperar para a conquista desses alvos;
5) procure discernir conflitos que os impedem de atingir esses alvos e exerça a criatividade para propor projetos que facilitem isso;
6) aprenda a cultivar o interesse deles em alcançar essas metas;
7) aprenda a consolá-los nos momentos de tristeza;
8) assuma a responsabilidade pela reputação deles;
9) seja sensível às suas atitudes e às deles, as quais venham necessitar de mudanças;
10) procure discernir as causas básicas de deficiências de caráter;
11) cultive o interesse de corrigí-las (deixe que ele também fale de suas falhas);
12) comprometa-se com fidelidade, lealdade e disponibilidade.

Assim, você será mais saudável e o mundo será melhor.

AUTOR: Robson Brito