quarta-feira, 29 de abril de 2015

"INIMIGOS DA VOCAÇÃO!"


Conhecemos muitas pessoas inteligentes e capazes, mas no que se refere a obra é necessário muito mais que habilidade humana, é necessário dependência de Deus.

Lutero aborda esta questão da seguinte forma: " A vocação não deve ser assumida levianamente, pois não é o suficiente que uma pessoa tenha conhecimento. Ela precisa estar certa de haver sido devidamente vocacionada. Aqueles que exercem o ministério sem devida vocação almejam bom propósito, mas Deus não abençoa os seus labores. Eles podem ser bons pregadores, mas não edificam."É por isso que palavras bonitas e bem colocadas não edificam e nem mudam vidas. O papel pastoral é muito superior a um show ou apresentação. Somos canais de Deus e não podemos nos esquecer nunca que não somos nós, pastores, que temos o poder de mudar as vidas, mas sem dúvida somos uma ferramenta usada por Deus para encaminhar as vidas sedentas até Ele. Não despreze o seu chamado, Deus é quem te chamou e é fiel e justo para ajudá-lo nas suas limitações e dificuldades.

Segundo a junta de Educação teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil, vocação pode ser definida nos seguintes termos: O chamado para o ministério é diferente em, pelo menos, três sentidos: (1) não se baseia em tendências, mas no chamado de Cristo mediante o conhecimento de sua vontade e o testemunho interior do Espírito Santo; (2) não objetiva uma profissão nem um cargo para realização pessoal, mas uma posição de serviço que requer abnegação e transformação de caráter; e (3) implica o cumprimento exemplar de obediência à Palavra em todo o processo de crescimento espiritual, e capacitações e habilitações para a pregação e o cuidado público e individual.

A vocação pastoral possui inúmeros inimigos:

1) Relativismo Missional
Jedeias citando Richard Baxter aborda que o obreiro vocacionado precisa ter cuidado com a fragmentação do evangelho, pois neste mundo tão ávido por novidades podemos incorrer inconscientemente, em oferecer fórmulas rápidas. Deus nos chamou com o objetivo de anunciar sua palavra que é rica e profunda, pois o evangelho é tão simples que uma pessoa iletrada pode entender e ao mesmo tempo é tão profundo que os mais hábeis cientistas não conseguem compreender. Não podemos esquecer que no evangelho além das bênçãos está embutido também a renúncia.
Este mundo pós moderno tenta sufocar as convicções da igreja, mostrando a inversão de valores através do relativismo. Não podemos esquecer que o homem é complexo, mas o evangelho é completo.

2) Pragmatismo Missional
Vivemos em um mundo capitalista e competitivo, e esse vírus do crescimento a qualquer custo muitas vezes quer contaminar o ambiente cristão.

Porque nós não estamos como tantos outros, mercadejando a Palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus" (2 Co 2.17).
Rubens Ramiro Muzio em seu livro DNA da Liderança Cristã, declara que muitos estão deixando de buscar orientação de Deus e estão  buscando estratégias mercadológicas coorporativas apenas. Nós pastores entendemos que administrar a igreja não é o mesmo que administrar uma empresa, podemos até emprestar algumas ferramentas para melhor atender a comunidade cristã, mas o perfil da igreja é completamente antagônico ao da empresa, toda e qualquer formação secular deve estar subordinada a nossa missão de proclamadores da palavra de Deus.

Muzio enfatiza que as propostas de crescimento não deve ser pautada em marketing, mas em visão missional contextualizada na teologia bíblica. Segundo Jedeias de Almeida muitos buscam crescimento a qualquer custo e sob qualquer bandeira.

Como vocacionados precisamos buscar em Deus equilíbrio para entender, que há momentos em nosso ministério que o crescimento se dá por outras formas e não somente em um rol de membros. Um planta, outro rega e outro colhe; porém, o crescimento vem de Deus. "De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento." 1 Coríntios 3:7.

É
inegável que nenhum pastor quer terminar o ano com o mesmo número de membros que iniciou, mas muitas vezes  o crescimento se dá em consolidação dos recém convertidos. Não podemos nos esconder atrás do ócio, mas também devemos ter claro em nossa mente que Deus dá o crescimento: 

3) Subjetivismo Missional
Jedeias em sua tese de doutorado, cita que atualmente pessoas tem escolhido, viver uma vida equivocada achando que a seleção para o ministério se faz na perspectiva do mercado, necessidades da oferta e da procura e não pela direção do Espírito  Santo. Tais escolhas estão fadadas ao fracasso, pois ser vocacionado não é buscar emprego.

Anísio Batista Dantas "Quem pensa que é fácil ser pastor não passa de um mal informado, ignorante e prepotente. Ser pastor não é ser dirigente de culto, é ser dirigente de vida e transmitir tudo aquilo que o doador da vida deseja que todos os homens recebam. Ser pastor não é falar bonito, ser bom orador. Ser pastor é ter paixão pelas almas".

Outro aspecto que Rubens Muzio aborda em seu livro, o pastor desde século precisa ter habilidades para corresponder as exigências atuais. Jedeias comenta que há pessoas que buscam capacitações e treinamento no nível corporativo e deixam de buscar o maior e melhor professor que é o Espírito Santo. Tais capacitações visam o antropocentrismo, e muitos se esquecem que ser vocacionados é viver uma vida cristocêntrica.

Administradores são indicados, governos são eleitos para um tempo específico e determinado, mas o pastor é chamado e vocacionado por Deus para ser porta voz em tempos de guerras e paz. Mac Arthur disse: Um chamado divino é inigualável, concedido a homens eleitos por Deus para serem ministros de Sua Palavra e servos de sua igreja.

Nossa vocação não é fruto da mão do homem, "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros João 15: 16 mas sim de uma escolha diretiva do Senhor, não devemos nos esquecer que estando em um  pequeno centro populacional ou em uma megalópole, pastoreando uma "pequena ou grande" igreja, tendo inúmeras habilidades ou sendo "limitados por vários contextos", foi Deus em seu olhar eterno que nos arrebanhou para sua cearaSomos privilegiados por Deus nos conceder tão grande responsabilidade de pastorear pessoas e ver que através de ministrações, de aconselhamentos e proposta de intervenções, almas são transformadas pelo poder que há no nome de Jesus e na Palavra de Deus. Somos abençoados por ver um Deus tão poderoso cuidar de maneira tão especial de nós e de nossas famílias. Às vezes temos dificuldades, mas não existe nada melhor do que sabermos que estamos cumprindo as ordens de nosso comandante (Deus) e ter convicção de que vai dar tudo certo, porque é Ele que está no comando. A este Deus que tudo sabe, que tudo vê, A  ele seja Glória, pelos séculos dos séculos. Amém-  I Pedro 05: 11.

AUTOR: Pastor Alessandro Francisco da Silva

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